terça-feira, 23 de agosto de 2011

Aos Revolucionários







Ao povo, revolucionários! Esqueçamos as divergências dispersivas, chega de perda de tempo e energia. Chega de conflitos inúteis, de disputas ideológicas estéreis. O inimigo é a ignorância, a inconsciência em que se encontra a esmagadora maioria, pela sabotagem sistemática da educação e das comunicações.  Sem a população, somos poucos, somos dispersos, somos quase nulos. Espalhemo-nos nas favelas, nas baixadas, em meio à maioria. Saiamos dos auditórios, das agremiações, dos pequenos grupos ideológicos. Olhemos a história! Conscientizemos! Aprendamos a linguagem popular. Desçamos dos pedestais acadêmicos! Abracemos a população, sem ela nada valemos. Ensinemos o que aprendemos e é negado à maioria, como um dever moral. Precisamos ir ao povo, nos misturar com ele, viver sua vida e não esperar que venha a nós. Aprendamos o vocabulário da maioria e expliquemos de coração aberto. Falta de conhecimento não é falta de personalidade, respeito é fundamental. Quem sabe mais tem a obrigação moral de ensinar a quem não sabe. Não culpemos, nem desprezemos a ignorância plantada há tantas gerações. Há saberes e sabedorias além dos conhecimentos acadêmicos. Tenhamos paciência, perseverança, persistência e humildade. Ao não sermos compreendidos, compreendamos, procuremos em nós mesmos as falhas, tentemos mais e mais e sempre. Conscientizemos sem cores, sem doutrinações, a maioria não percebeu como funciona o Estado, como somos roubados em educação, em informação, em dignidade, em direitos básicos, como somos manobrados. Às favelas! Às periferias! Aos excluídos! Aos sabotados! Aos explorados! Aos marginalizados!  A humildade, sim, é revolucionária. A solidariedade é revolucionária. Chega de vociferar contra os opressores, a opressão é construída com os oprimidos, sem o seu consentimento e colaboração não há opressão, é hora de esclarecê-los, de falar sua língua. É hora de oferecer sem cobrar, de esclarecer sem doutrinar. O trabalho é longo, árduo, profundo. Precisamos doar nossas vidas. A generosidade é revolucionária, a abnegação é revolucionária. Contestemos a vida mesquinha e sem sentido, recuperemos a auto-estima destroçada pelo massacre secular, revelemos os valores mentirosos plantados no inconsciente coletivo e os reais valores, soterrados sob toneladas de valores falsos e descartáveis. Revelemos o poder do coletivo, tão massacrado, tão desprezado, mas tão indispensável à estrutura social. Somos a base e o poder, estamos anestesiados, adormecidos e cooptados. Despertemos!
Revolucionários de qualquer linha ou tendência, chega de dispersão! Chega de arrebanhamento e divisão!

Às ruas! Às favelas! À pobreza! Às

multidões!